Entre luz e escuridão: o novo K-drama “Gênio dos Desejos” mergulha nas contradições do ser humano
- Suzana Silva
- 16 de out.
- 3 min de leitura

Entre romance, fantasia e lições sobre a natureza humana, a série sul-coreana emociona ao mostrar as consequências e o preço de querer tudo
O novo k-drama da Netflix, “Gênio dos Desejos”, estreou no dia 3 de outubro e é protagonizado por Suzy e Kim Woo-bin. Apesar de dividir opiniões entre o público, com nota 6,2 no IMDb, a produção conquistou a crítica especializada, alcançando 83% de aprovação no Rotten Tomatoes.
Enredo
A trama acompanha Iblis (Kim Woo-bin) um gênio que, depois de mil anos preso em sua lâmpada sem conseguir realizar nenhum desejo, desperta e tem Ki Ka-young (Bae Suzy), uma jovem psicopata, como sua mestre. Enquanto ele precisa explorar o mundo moderno, Ka Young encontra uma nova motivação para sua vida.
Ka-young foi criada pela avó, que logo percebeu que a neta apresentava traços psicopatas. Mesmo assim, ela a educa com muito cuidado e afeto, estabelecendo regras rígidas para ajudá-la a lidar com suas emoções. A chegada do gênio, Iblis, muda completamente a vida de Ka-young. Segundo ele, a jovem o manteve preso por mil anos e, agora livre, está determinado a corrompê-la. No entanto, seus planos começam a falhar quando percebe que os desejos de Ka-young são altruístas, o oposto do que ele esperava.
Iblis é um demônio que trava uma antiga guerra contra Soo-hyun (Steve Noh), o anjo da morte. A missão de Soo-hyun é eliminar Iblis, algo que só pode ser concluído se o anjo conseguir corromper a humana Ki Ka-young. A disputa entre os dois é intensa e cheia de reviravoltas, culminando na vitória de Soo-hyun.
Sobre o dorama
O dorama equilibra bem elementos mágicos e humanos, explorando como os desejos revelam as fragilidades e contradições de cada personagem. A cada episódio, a narrativa mostra o lado mais egoísta, ambicioso e emocional das pessoas, convidando o público a refletir sobre o que realmente significa querer “ter tudo”.
Os episódios finais são carregados de descobertas e emoções. Quando Iblis e Ki Ka-young se lembram do passado, a trama alcança um clímax tocante e reflexivo. O desfecho não é completamente feliz, devido a algumas perdas. No fim, “Gênio dos Desejos” vai além do romance e da fantasia: é uma história sobre escolhas, consequências e o valor do que é genuíno.
Atuações
Kim Woo-bin entrega uma atuação intensa e profundamente humana ao interpretar um personagem dividido entre o poder e a solidão. Já Suzy mantém a firmeza na medida certa, construindo uma protagonista complexa e, sim, cativante. A química entre os dois é natural e magnética, tornando o romance crível até nas situações mais improváveis.
Kim Woo-bin brilha em cada nuance de seu personagem, enquanto Suzy impressiona com a frieza calculada de uma psicopata e atinge o auge na cena final — quando sua personagem pede ao gênio para sentir toda a dor que causou aos outros durante sua criação. É um momento arrebatador, em que Suzy se entrega completamente, provocando arrepios e emocionando o público.
As interações entre Kim Woo-bin e Steve Noh são, por sua vez, verdadeiras obras de arte: intensas, carregadas de emoção e interpretadas com maestria.

Participações especiais
O K-drama surpreende pelas participações especiais, reunindo grandes nomes da indústria cinematográfica sul-coreana, como Daniel Henney, Song Hye Kyo e Ahn Eun-jin. As aparições deles rendem momentos divertidos e adicionam um toque especial à trama.



Polêmica em torno de “Gênio dos Desejos”
O K-drama “Gênio dos Desejos”, chamou a atenção não apenas por sua trama envolvente, mas também por uma polêmica envolvendo o nome de um dos personagens principais. Na série, o gênio interpretado por Kim Woo-bin se chama Iblis, termo que, em algumas tradições islâmicas, é usado para se referir ao demônio ou figura equivalente a Satanás.
A escolha do nome gerou críticas nas redes sociais, especialmente entre espectadores muçulmanos, que consideraram o uso inadequado e desrespeitoso por associar uma figura sagrada a um personagem fictício de entretenimento.
Em resposta, parte do público sul-coreano argumentou que a intenção dos roteiristas não foi religiosa, mas simbólica, uma forma de representar a dualidade entre bem e mal, central na narrativa do dorama. Ainda assim, o debate segue ativo, levantando discussões sobre sensibilidade cultural e respeito às crenças em produções globais.
Assista "Gênio dos Desejos" e tire suas próprias conclusões, se a produção é boa ou não.
Confira o trailer de "Gênio dos Desejos":









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